terça-feira, 25 de agosto de 2015

Martinho Lutero - uma síntese biografica

Lutero era saxão; estudou direito, que era desejo de seu pai, estudou por dois anos e foi para o curso de teologia. Fez uma promessa a Deus devido a uma situação de livramento, e foi para o mosteiro e se formou. Ao ler a Bíblia em Romanos 1.17, ele começou a meditar e Deus trabalhou nele através de um estudo no livro de Romanos.

Martinho Lutero foi um monge agostiniano e professor de teologia germânico, que tornou-se uma das figuras centrais da reforma protestante. Posicionou-se contra diversos dogmas do catolicismo romano, contestando a doutrina de que o perdão de Deus poderia ser adquirido pelo comércio indulgências.

Lutero fica estarrecido contra as indulgências (95 teses – ideias contra a igreja dominante) mantem as suas ideias mesmo com as autoridades contra ele. Em 1.517, em um contexto de conflito aberto, contra o vendedor de indulgências Johann Tetzel, a sua recusa em retratar-se de seus escritos, resultou na sua excomunhão da igreja romana, e em sua condenação como um fora da lei, pelo imperador do Sacro Império Romano Germânico.

O jovem Martinho Lutero dedicou-se por completo à vida no mosteiro, empenhando-se em realizar as obras, afim de agradar a Deus e servir ao próximo através de orações das suas almas. Quanto mais tentava ser agradável ao Senhor, mais se dava conta dos seus pecados.

Além de professor, Lutero colaborava como pregador e confessor da Igreja de Santa Maria, na cidade. Foi durante esse período que o jovem se deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgência aos fiéis, como se esses fossem fregueses, e no que poderia acarretar.

Em junho de 1.518, foi aberto processo contra Lutero, com base nas suas noventa e cinco teses, alegava-se com o exame do processo que ele incorria em heresia, nas aulas que ministrava na universidade de Wittenberg, espiões registravam seus comentários negativos sobre a excomunhão, a partir de então Lutero foi convidado a ir à Roma, onde teria que desmentir sua doutrina. Lutero recusou-se a fazê-lo alegando razões de saúde, e pretendeu uma audiência em território alemão. Seu pedido foi aceito, ele foi convidado para uma audiência com Thomas Caetano, durante a reunião das cortes, Lutero falou a Caetano. Este pediu-lhe que revogasse sua doutrina. Lutero recusou-se a fazê-lo. Do lado romano, o caso pareceu terminado.

Em junho de 1.520, reapareceu a ameaça no escrito “Exsurge Domini”, e em janeiro de 1.521 a bula “Decet Romanum Pontificem” excomungou Lutero. O sequestro de Lutero, durante a sua viagem de regresso da Dieta de Worms, foi arranjada. Frederico o sábio, ordenou que Lutero fosse capturado por um grupo de homens mascarados, a cavalo, que o levaram para o castelo de Wartburg, onde permaneceu um período de um ano, e deixou crescer a barba, tomou as veste de um cavaleiro, assumindo o pseudônimo, de Jorg, durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou na sua celebre tradução da Bíblia para o alemão. Com início da estadia de Lutero em Wartburg, começou um período muito construtivo da sua carreira como reformista. Produziu escritos que negam a obrigatoriedade da confissão e admite como saudável a confissão privada voluntária, escreveu contra o Arcebispo, a quem obrigou com isso a desistir de retomar a venda das indulgências. Avançou em sua visão sobre a relação entre graça e lei, assim como a natureza revelada pelo Cisto, pois a Graça Salvadora, reside dentro do homem pecador.

Ainda mostrou que o princípio da justificação é insuficiente, anti persistência do pecado depois do batismo. Em março de 1.522, Lutero regressou em segredo e pregou outros sermões que ficaram conhecidos como Sermões de invocavit. Nas pregações, Lutero aconselhou uma reforma cuidadosa que levavam a consideração, à consciência daqueles que ainda não estivessem persuadidos a acolher a reforma.

Em abril de 1.523, Lutero ajudou doze freiras a escaparem do cativeiro no convento, entre essas freiras encontrava-se Catarina Vom Bora, filha de nobre família com quem se casou e teve seis filhos. O casamento de Lutero com a ex-freira cisterciense incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a reforma, foi o rompimento definitivo com a igreja romana.

Martinho Lutero foi anti semita, campanha contra judeus, de Lutero, foi bem sucedida na Saxônia, Brandemburgo e Selísia. Josel teria pedido a cidade de Estrasburgo para proibir a venda das obras anti judaicas de Lutero, apesar de seu pedido negado, quando um pastor luterano argumentou num sermão, que os seus paroquianos deviam assassinar os judeus.

O anti semitismo de Lutero, persistiu a pós a sua morte, ao longo de todo o ano de 1.580, motins expulsaram judeus de vários estados luteranos alemães. Na opinião dos historiadores, a reforma anti judaica, contribui para o desenvolvimento do anti semitismo na Alemanha e na década de 1.930 a 1.940, auxiliou na fundamentação do ideal do nazismo de ataques aos judeus. O próprio Adolf Hitler, em sua autobiografia, considerou Lutero entre as três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico o Grande e Richard Wagner. Diversos historiadores, sugerem que a influência de Lutero, tenha auxiliado a aceitação do nazismo da Alemanha pelos protestantes no séc XX.

Sua história e a influência de Martinho Lutero com protestante e o grande fundador do protestantismo, não foi só anti semita apaixonado como feroz defensor da obediência absoluta à autoridade política. Desejava a Alemanha livre dos Judeus, conselho que foi literalmente seguido cerca de quatro séculos mais tarde, por Hitlher, Goring e Himmler.

Durante a guerra dos camponeses, o seu principal escrito eram os doze artigos de Lutero, no qual ele ataca os príncipes e senhores por cometerem injustiça contra os camponeses e ataque aos camponeses pela rebelião e desrespeito a autoridade.

No movimento reformista, Lutero não concordou com o estilo de João Calvino. Lutero queria reformar a Igreja Católica, enquanto João Calvino acreditava que a Igreja estava tão degenerada que não havia como reformá-la. Calvino propunha a organizar uma nova Igreja, seria na doutrina e conduta idêntica à Igreja Primitiva. Já Lutero decidiu reforma-la, mas afastou-se desse objetivo, fundando o protestantismo que não seguia tradições mas apenas a doutrina registrada na Bíblia, cujo os usos e costumes não ficariam presos à convenções ou épocas. O ex monge agostiniano, Martinho Lutero teve morte natural, apesar de não haver consenso entre a causa de morte, encontra-se sepultado na Igreja de Wittenberg.

O trabalho da reforma de Martinho Lutero e os demais reformadores do século XV fizeram da história da Igreja, de fato, uma revolução ideológica cristã, onde o negro véu de trevas que condicionava a fé dos leigos, e pela doutrina que se construía nos costumes, tradições e crenças nos méritos pessoais, e pagamentos sacrificiais, pela tão grande falta de conhecimento que o mundo da época jazia dominado pelo poder do sumo pontífice e o pensamento romano imperava massacrando as esperanças, sem divisão de classes, onde a falta de abertura da palavra de Deus, no limite imposto pelo clero que tirava a liberdade das pessoas pela simples razão de não divulgar a verdade, as noventa e cinco teses de Martinho Lutero trouxeram ao mundo a oportunidade de ver tão grande luz que é a verdade bíblica, no amor do Cristo Jesus que opera sobre a vida, trazendo vida ao mundo que estava morto. “O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz” - Mt 4.16.

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Artigo escrito por Lorena Rodarte Lima | dia 13 de Julho de 2015
Lorena Rodarte Lima é aluna do curso de teologia do SETAL (turma do sábado)
Artigo escrito para a disciplina História do Cristianismo, lecionada pelo professor Sergio Gonçalves.